Efeito Sandy: Sem telefone fixo, internet e TV a cabo resta a telefonia móvel


A falta de energia e enchentes causadas pelo furacão Sandy interromperam alguns serviços de telecomunicações nos estados da Costa Leste dos Estados Unidos, resultando em cobertura irregular das redes de telefonia celular, e interrupção de serviços de televisão paga , telefonia fixa e  Internet fixa.

Entre as operadoras da região, foi a Verizon Communications, que serve muitos dos estados no caminho do furacão, a que sofreu os piores danos. No meio da tarde de hoje a companhia ainda tentava saber a extensão dos problemas.  Sediada em Nova York, a empresa teve seus  três escritórios centrais, em Lower Manhattan, Queens e Long Island, inundados. Por causa dessas inundações, todos equipamentos que servem Wall Street e os consumidores do centro de Nova York foram danificados.
A empresa passou o dia bombeando água para fora, na esperança de reiniciar seus geradores de back-up de energia para restabelecer o serviço que atende o distrito financeiro da cidade, sua prioridade neste momento.
Algumas operadoras de TV paga também sofreram com interrupções, como a  Cablevision Systems Corp, Comcast e Time Warner Cable.
Celular
Curiosamente, muitos serviços de telefonia celular e internet móvel continuaram funcionando, embora precariamente, com sinal 3G falhando em várias regiões. Clientes da AT&T Inc e T-Mobile USA reclamavam nas redes sociais de que as conexões móveis estavam instáveis. Já na área de cobertura da Verizon Wireless, 94% dos celulares continuaram em funcionamento, segundo a empresa.
A Sprint Nextel, terceira maior operadora de celular dos EUA também reportou interrupções em alguns locais por causa das quedas de energia em todos os estados atingidos pela tempestade Sandy, incluindo Nova York, Nova Jersey, Connecticut, Pennsylvania, Washington DC, Maryland, Virgínia do Norte e Nova Inglaterra. Mas nada comparado à suspensão dos serviços de telefonia e internet fixa da Verizon.
Conversei hoje rapidamente com o Luis Minoru Shibata, diretor de consultoria da PromonLogicalis, que como eu e muitos leitores também  ficou intrigado de ver as redes celulares funcionando em muitas das cidades atingidas, especialmente Nova York, ainda que precariamente.
Minoru, por sua vez, conversou com funcionários da Sprint, lá nos Estados Unidos e com o pessoal da Ericsson para checar a mesma dúvida que eu tinha: as baterias das ERBs (denominação dada em um sistema de telefonia celular à estação fixa que atende os terminais móveis) e o tipo de antena usados lá são diferentes? Os americanos têm alguma legislação que obrigue a contingência? O uso de baterias extras?
“Acabei de checar e a principio não existem grandes diferenças entre as soluções  de infraestrutura”, me disse o Minoru. “O que pode existir é que eles estão mais preparados e…  Bom, a grande diferença é que lá, numa mesma área, existem muito mais antenas para dar conta da alta  concentração de gente/terminais. Com a evacuação, e teórica diminuição de conexões, a qualidade ficou preservada”, explicou.
É uma das explicações possíveis. Mais antenas significam menos terminais atendidos por antena, o que por si só contribui para a autonomia da bateria, tanto da ERB quanto do aparelho do usuário. Buscar por uma conexão consome muita bateria. Se o celular faz menos esforço para estabelecer a conexão, a bateria dura mais. E a arquitetura da rede também é um fator que pode ajudar a reduzir o consumo de energia das ERBs. Se ela cobre um raio menor, a autonomia da bateria é maior.
Além disso, como a quantidade de antenas e de ERBs (muitas delas localizadas nos próprios prédios, para facilitar a comunicação indoor), fica muito mais fácil isolar as falhas e manter o restante em funcionamento.
Aqui, muitas vezes ficamos sem conexão, de voz e de dados por conta da sobrecarga da rede. Lá, as redes podem começar a falhar nas próximas horas/dias, se o serviço de energia não for prontamente restabelecido.
Internet fixa
Muitos serviços de internet fixa caíram.
A Renesys, que monitora em tempo real o tráfego na Internet, coleta, analisa e correlaciona dados de roteamento, etc, é o local para o qual todos os técnicos correm quando querem informações sobre falhas de conectividade. A imagem abaixo é o mapa do estado de  Nova York, após a passagem do Sandy.
Já o mapa a seguir  ilustra a localização das quedas do serviço Internet observada na região impactada pelo furacão ao longo das últimas 30 horas. Observe como Nova York e Nova Jersey foram as mais prejudicadas, a medida que a tempestade avançava.
Resultado: sites conhecidos, como o do jornal online Huffington Post, e os dos serviços BuzzFeed e Gawker, chegaram a ficar fora do ar. Vários sites indisponíveis estão hospedados no data center da Datagram, situado em Nova York
As atenções nesse momento estão voltadas para dois edifícios em Manhattan, que servem como hubs das principais redes dos EUA estão operando graças aos geradores de energia. Os edifícios, conhecidos como hotel das carriers,  ficam localizados na 8ª Avenida, na rua Hudson.
Empresas de telecomunicações usam a infraestrutura fornecida por esses prédios para interligar suas redes e permitir o compartilhamento de dados entre os usuários de de diferentes redes. São pontos de troca de tráfego. Portanto, os dois prédios são fundamentais para a infraestrutura do país.
“Eles são o coração da Costa Leste”, disse Ron Sterbenz, vice-presidente de marketing da Telx, citando toda a atividade de comunicação realizada nos dois edifícios. Hoje há centenas de conexões de rede nacional e internacional feitas nestes dois edifícios, que funcionam também como concentradores de grandes data centers. O Google tem um data center na 8ª Avenida.
Os geradores têm combustível para manter o funcionamento por alguns dias. Mas muitas empresas já devem estar trabalhando na troca das rotas de seus serviços para minimizar problemas no caso de uma pane nesses dois prédios. O próprio Google não quis comentar as providências que está tomando para anular o impacto de ter este data center fora do ar.http://idgnow.uol.com.br/blog/circuito/2012/10/30/clientes-da-verizon-foram-os-que-mais-sofreram-com-o-sandy/

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